A APLB Sindicato sempre
procurou desenvolver suas funções conforme regulamenta o Estatuto da
Instituição, voltada para uma política classista e de defesa dos interesses dos
trabalhadores da educação, dos alunos e de toda sociedade no que tange as
questões educacionais. Combatendo o mau uso dos recursos públicos, a má gestão, o
faz de conta e as politicagens utilizadas pelo poder público para ludibriar a
sociedade e os trabalhadores. Foi nessa perspectiva que a coordenação da APLB e
do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), após ter recebido informações de que
parte da merenda estava sendo jogada fora (frutas e verduras) e outros produtos
com o prazo de validade próximo a vencer.
Solicitou através de ofício acesso as cantinas das unidades escolares,
para verificar as informações.
Mesmo diante da manifestação
do sindicato que sinalizava para tal necessidade e tendo em vista a Lei Federal
nº 13.987 do dia 07/04/2020 que orienta a distribuição da merenda escolar às
famílias em situação de pobreza, o município de Caém no dia 09/04 do corrente
ano publicou NOTA DE ESCLARECIMENTO no
Diário Oficial da Prefeitura, deixando claro que não iria distribuir a merenda
às famílias em situação de vulnerabilidade. Nota essa assinada pelo prefeito e
pela secretária de educação (a mesma segue na integra em anexo) - Diz a nota:
Hoje, passado mais de dois
meses o município procedeu com a distribuição dos Kits, para todos os alunos da
rede municipal. A ideia aqui não é fazer qualquer critica, mas de certa forma
parabenizar o poder público por voltar atrás do que vinha afirmando, inclusive
de forma oficial e perceber a importância da distribuição da merenda escolar para
quem mais precisa.
Precisa-se compreender qual
o valor que o município recebeu do Fundo Nacional de Desenvolvimento a Educação
(FNDE), através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para realizar
a compra desses produtos. Segundo as informações disponibilizadas no Site: https://www.fnde.gov.br/sigefweb/index.php/liberacoes/resultado-entidade/ano/2020/municipio.
O valor acumulado no período de fevereiro a abril de 2020 foi de R$ 89.838,40. O
município iniciou as aluas depois da data prevista no Calendário Escolar, mesmo
assim, no povoado de Gonçalo e Bom Jardim só teve início bem depois. No Gonçalo
só teve 8 dias letivos.
Considerando o número de
alunos na rede municipal, referente ao censo escolar de 2019, por não termos disponível
o número de aluno de 2020, a diferença para mais ou para menos de um ano para
outro é mínima. Para efeito de cálculo o número de aluno em 2019 conforme o
censo no portal do FNDE é de 2.129 alunos. Se dividir o valor recebido de R$ R$ 89.838,40 pelo número de alunos,
vai se obter um valor de R$ 42,20
por aluno. Então o valor do Kit recebido
por aluno deverá ser de R$ 42,20.
Quando a APLB vinculou um
vídeo falando das informações que haviam chegado ao sindicato de que parte da
merenda estava sendo jogada fora (frutas/verduras) e que a Secretaria de
Educação negou o acesso do sindicato nas cantinas, um servidor da Secretaria de Educação vinculou áudio orientando
os servidores das cantinas escolares a congelar as frutas e verduras e retirarem
de lá as estragadas.
(veja o áudio e sua
transcrição).
TRANSCRIÇÃO DO ÁUDIO DO SERVIDOR
"[...] se está tudo direitinho, se não tem nada estragado viu, dá uma olhadinha por que se tiver tu já retira de lá, porque como as aulas prorrogaram né, estava previstas para iniciar hoje, mas acabou não iniciando aí tu dar uma olhadinha lá como é que está as verduras, como é que estão as verduras e algumas frutas, se estiver alguma coisa estragada tu pode retirar de lá viu, tu me avisa".
"[...] se está tudo direitinho, se não tem nada estragado viu, dá uma olhadinha por que se tiver tu já retira de lá, porque como as aulas prorrogaram né, estava previstas para iniciar hoje, mas acabou não iniciando aí tu dar uma olhadinha lá como é que está as verduras, como é que estão as verduras e algumas frutas, se estiver alguma coisa estragada tu pode retirar de lá viu, tu me avisa".
A própria Secretaria de
Educação em pronunciamento em Rádio justificou que estava sendo feita poupa com
as frutas. A pergunta é, porque não distribuíram as verduras e talvez se
possível as poupas? Se assim não fizeram que destino esses produtos
(frutas/verduras) tomaram?
Não podemos esquecer o momento que estamos
vivendo, de incerteza e preocupação com a pandemia. Nesse sentido, não se pode
fechar os olhos para os valores que o município de Caém tem recebido e irá
receber do Governo Federal para desenvolver ações de combate a COVID -19. No
final de abril Caém recebeu R$ 167.881,04 para
essa finalidade; Já recebeu algumas parcelas do montante de R$ 831.431,65
recursos do Governo Federal que tem como finalidade socorrer os municípios por
perda de receita nesse momento de Pandemia e auxiliar nas ações de combate ao
Coronavírus, somando-se um montante de R$
999.312,69.
Diante
dessa realidade o município deveria ter aproveitado
a oportunidade para distribuir um Kit com máscara e álcool em gel, aos pais ou responsável,
que vieram buscar o Kit da merenda escolar. Com essa atitude estaria a gestão conscientizando
as pessoas para a importância de se cuidarem e de cuidar do outro, bem como alertando
para a real situação e eminente gravidade da doença. Por outro lado
demonstraria preocupação, cuidado, atenção com os munícipes, além da transparência
na utilização desses recursos.
Kits distribuído aos alunos do fundamental I e II.
Kits dos alunos das creches
NOTA DA PREFEITURA ESCLARECENDO QUE NÃO FARIA A DISTRIBUIÇÃO DA MERENDA AS FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA.
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