Em meio à exponencial atitude do prefeito de
Caém em que os trabalhadores vêm passando por conta da quebra do acordo do
precatório, o Caém tenta sobreviver e enfrentar algumas das maiores tragédias
de sua história, o mau uso de mais de 20 milhões de reais, que em nada ou quase
nada mudou o município e nem os aspectos da educação. A sociedade assiste um
barco a deriva na condução da aplicação dos recursos públicos, diga-se de
passagem os vinculados a educação - O precatório.
Por mais que pareça um assunto chato e que
insiste empeiticar, a questão do precatório de Caém e a forma como o prefeito
desistiu do acordo e utilizou esse recurso, chama atenção de toda sociedade
caenense e não seria para menos. Trata-se de mais de 20 milhões de reais com
seus devidos rendimentos, que foram creditados na conta da prefeitura. Dois
anos depois o prefeito desiste do acordo justificando que não tem mais dinheiro
para cumprir com o que foi firmado e garantido por lei aos trabalhadores da educação.
No presente momento temos outra questão tão importante quanto a questão do
precatório que necessita de um amplo debate.
A pandemia do COVID -19 (novo coronavírus), que
atinge todo o planeta vem ceifando muitas vidas, provocando um verdadeiro caos
na vida social, profissional, familiar e econômica das pessoas e das
organizações, sejam governamentais ou não governamentais. No Brasil, o governo
federal, apesar de agir na contramão das demais nações do mundo, desdenhando/desmerecendo
a real situação que o povo brasileiro vem passando e dos riscos eminentes dos
números catastróficos de mortes que poderão vir a ser atingidos, tem destinado
recursos, ajuda financeira aos entes federados. E diga-se de passagem, em
alguns casos com volumes significativos destinados aos municípios. Não que ele,
governo federal, mereça qualquer crédito!.
É desse assunto que também precisamos tratar.
O povo de Caém em particular, precisa estar atento com os valores recebidos
pelo município, para desenvolver ações de combate ao COVID 19, e para garantir
a normalidade dos serviços públicos no âmbito municipal. A sociedade caenense
precisa acompanhar onde e como esses recursos estão sendo utilizados, que ações
e medidas justificarão a utilização desse dinheiro, para não ocorrerem na mesma
situação dos mais de 20 milhões de reais dos precatórios, utilizados pelo
município em praticamente dois anos, e que em nada, ou quase nada, mudou a realidade
da educação. Hoje o próprio prefeito afirma que não tem mais dinheiro, para
garantir o que se comprometeu com os trabalhadores o que correspondia a pouco
mais de 25% dos recursos do precatório recebido pelo município.
Gastou-se mais de 20 milhões de reais, não se
construiu novas escolas, não se montou laboratórios de informáticas, muito menos auditórios, refeitórios,
ambientes agradáveis para desenvolver o processo ensino aprendizagem, ou
qualquer outra estrutura, muito pouco foi feito do que o poder público planejou
e garantiu no Plano de Aplicação para utilização desses recursos.
No final de abril/2020 o município de Caém
recebeu do Governo Federal para investir exclusivamente em ações de combate ao
Novo Coronavìrus um montante de R$ 167.881,04. O poder público tem "carta
branca" para gastar esses recursos. Ao contrário dos recursos do
precatório, que segue toda uma normatização, fiscalização, processos
licitatórios e outros. Além dos recursos já destinados ao município o poder público
ainda irá receber mais um montante de R$ 831.431,65 do Governo Federal, que tem
como finalidade socorrer os municípios por perda de receita nesse momento de
Pandemia e auxiliar nas ações de combate ao Coronavírus, totalizando um
montante de R$ 999.312,65.
Seria pertinente que como em outros municípios,
Caém tenha um espaço de referência para o atendimento aos possíveis casos da
COVID - 19, montado com estrutura adequada para o primeiro diagnóstico/atendimento.
Assim, o Hospital Municipal e os Postos
de Saúde poderão atender as pessoas sem correr o risco de possível contaminação,
evitando a exposição dos agentes de saúde que trabalham nesses espaços e a
propagação da doença.
Daí a importância da sociedade acompanhar a
forma e as ações que estão sendo desenvolvidas com esse recurso destinado ao
município nesse momento de PANDEMIA. Acompanhando e fiscalizando se o mesmo está sendo utilizando dentro de sua finalidade
ou não, evitando assim, a herança maldita do "mal dizer: o que fizeram
com tanto dinheiro"?. Os olhos do povo são ou deveriam ser vigilantes com
os recursos públicos, afinal eles pertencem a sociedade. A gestão compete
apenas aplicá-lo de forma coerente e com sua devida finalidade.
Por fim, o sentimento de perda e até mesmo de
"mortes" provocados pelos sonhos desconstruídos pelo gestor e pelo
mau uso dos recursos do precatório são invisíveis, povoam apenas o imaginário das
pessoas. A desistência do prefeito do
acordo com os trabalhadores usurpou os
sonhos e as perspectivas de toda uma classe. Por mais que muitos acreditem que
só afetou os servidores, o mau uso dos recursos do precatório dizimou toda
possibilidade de outra realidade na educação. Mais de 20 milhões de reais se
foi, e o que ficou? porém, as consequências
que poderão surgir ou não, por conta do mau uso dos recursos enviados ao município de Caém pelo Governo
Federal, para combate ao COVID - 19 ou para suprir a perda de receita nesse momento
de pandemia, valores que chegam a mais de R$ 999.312,00, será sentido na pele
de cada caenense e povoará por muito tempo o imaginário das pessoas. Fiscalize,
participe, o uso desses recursos dentro da sua finalidade tem a função de
salvar vida.
Povo de Caém, não façam com os recursos de
combate ao COVID - 19 e dos recursos de socorro emergencial destinado ao
município, que ultrapassa R$ 999.312,00 o mesmo que fizeram com o dinheiro do
precatório, que não deram a devida importância para a forma de como foi utilizado.
Hoje, dois anos depois que mudanças significativas temos na estrutura da
educação municipal? Que mudanças significativas podem ser observadas nas
escolas reformadas? O que de fato mudou, para proporcionar outro ambiente de
aprendizagem? Pintura, revestimento, troca de piso, de portas, janelas, "passarela"
(corredores), são mudanças estruturantes para propor ambientes mais prazerosos
de aprendizagem a professores e alunos???? Fiscalize o dinheiro público! Sua
finalidade é desenvolver ações em prol do povo. Não fique nos ambientes alheios
prejulgando, isso em nada contribui. Faça sua parte! Acompanhe a aplicação do
dinheiro público, quando bem aplicado ele poderá mudar sua vida, sua
comunidade, o município, o país.
O discurso de que tudo é política e que as
pessoas estão sendo oportunistas fazendo politicagem, a priori precisa ser melhor compreendido. A não política ou a
politicagem, politicalha só ocorre e se torna possível quando há ausência da
política séria, pautada nos compromissos firmados, no respeito ao outro, ao
povo, respeito as leis e as instituições. Quando se governa com ausência desses
princípios, abre-se aí espaço para qualquer outra coisa, inclusive para a
existência da verdadeira política. Atribuir a ausência de governo, a exemplo do
que se ver no país, em alguns estados ou municípios, afirmando que a
participação do povo, seja na crítica, na fiscalização, no seu engajamento com
a coisa pública é política partidária, politicalha ou politicagem, se constitui
numa pobreza e incapacidade/inércia de governar descabida para os tempos
modernos que vive a sociedade interconectada, nos seus mais variados níveis
sociais e culturais. Pode até se admitir que ainda falta maior compreensão do
contexto político por boa parte das pessoas. A participação do povo na política materializa um
estado democrático de direito, o avanço de uma sociedade dominada para uma
sociedade participativa. Atribuir isso às questões partidárias é não perceber a
ausência da falta de gestão, é buscar justificar o injustificável.
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