Neste último dia 22/07 a APLB/Sindicato, o Conselho
Municipal de Educação (CME) e a Secretaria Municipal de Educação se reuniram
para discutirem a determinação do Governo do Estada da Bahia, Rui Costa, que de
forma prepotente e centralizadora determinou o retorno das aulas de forma semipresencial da rede estadual para
o próximo dia 26/07. A atitude do governo do Estado traz impacto direto na
educação municipal. Afinal as escolas estaduais estão localizadas nos
municípios e se tratando dos territórios do interior do Estado o transporte
escolar depende exclusivamente da oferta das secretarias municipais de
educação.
Por outro lado, a determinação e as ameaças veladas do
governo em cortar os salários dos trabalhadores e o auxílio dos estudantes
afeta as famílias e pressiona os municípios a concordarem ou não com a posição
do governo. Porém o que se observa é que grande parte dos municípios baianos
por várias razões não irão aderir as determinações absurdas do Estado. Faltou
por parte do governo sensibilidade e a capacidade de ouvir os trabalhadores, a
sociedade como um todo e os municípios e juntos construírem um entendimento de retorno seguro e com sucesso. No entanto, o
que se prever será um total fracasso das determinações do governo. Fracasso que
o mesmo já reconhece, determinando que todos os trabalhadores/as da educação
sejam vacinados imediatamente.
A APLB Caém parabeniza a atitude da administração pública
municipal por não seguir as determinações do governo do Estado da Bahia e pela
capacidade de dialogar com os trabalhadores construindo um entendimento alinhado
com CME. O Secretário de Educação, professor Ronaldo Alves de Oliveira, afirmou na reunião que o
município não seguirá as determinações do Estado e que a vida é o que mais
importa nesse momento. Apresentou as dificuldades e os desafios que estão
postos para garantir o retorno presencial das atividades pedagógicas, mas afirmou
que o município vem trabalhando muito para garantir esse momento de forma
segura e que para isso, se faz necessário um amplo debate entre a APLB, CME e
Secretaria de Educação e que tudo ocorrerá no seu momento.
Para o CME esse ainda não é o momento de retomada das
aulas de forma presencial, é preciso ampliar a discussão e se estruturar os
espaços educativos e que, seguir as orientações do Estado é impossível para
realidade do município de Caém nesse momento, que foi pego de surpresa com a
possibilidade de retorno das aulas de forma presencial para o dia 26/07.
A APLB tem entendimento em todo Estado de que aula de forma presencial só será possível com a imunização de todos os trabalhadores. Para a coordenação do sindicato de Caém, se faz necessário um amplo debate com todos os atores e atrizes que fazem a educação, ouvindo as pessoas, valorizando o que elas dizem. A coordenação da APLB Caém apresentou na reunião dois momentos distintos em que os professores participaram de pesquisa realizada pelo sindicato na base municipal. O primeiro deles no mês de abril, logo assim que teve início as atividades remotas. Quando os trabalhadores foram provocados a responderem na pesquisa se as atividades remotas produzem conhecimento significativo, 53,2% disseram que NÃO. Agora no mês de julho quando questionados, se as atividades remotas vêm dando resultados, 66,2% disseram que SIM.
É fundamental compreender que a pandemia pegou todos de
surpresa e despreparados, mas que com o tempo os trabalhadores, os alunos, a
gestão pública e as famílias foram se adaptando e passaram a conviver com essa
realidade imposta pela pandemia da COVID - 19. Agora que todos começam a se
engajar no processo, interromper o mesmo para retomar as aulas de forma
presencial sem segurança e sem a imunização dos trabalhadores da educação não
faz sentido. As escolas não estão estruturadas sejam da rede estadual ou
municipal. Quando o governo estadual afirma que as unidades escolares estão
adequadas para esse retorno é simplesmente uma falácia e não se trata apenas
das estruturas físicas das escolas, tem-se os transportes e diversas outras
questões que precisam serem atendidas para esse momento.
Retorno às atividades pedagógicas de forma presencial ou semipresencial,
só será possível com a imunização de todos os trabalhadores da educação e com
os devidos cumprimentos dos protocolos de segurança e que a vida seja o bem
maior.
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