Assista o vídeo do
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), onde o professor Heleno Araújo fala da luta dos trabalhadores de Caém e do acordo
firmado entre poder público e categoria.
O 1º
de maio foi instituído como dia do trabalho em 1889 pela Segunda Internacional
Socialista, um congresso realizado em Paris que reuniu os principais partidos
socialistas e sindicatos de toda Europa. Ao escolher 1º de maio como Dia do Trabalho, os
participantes desse encontro prestaram uma homenagem aos operários dos Estados
Unidos, três anos antes os americanos organizaram uma gigantesca campanha por
melhores condições de trabalho, fazendo mais de 1.500 greves em todo país. Uma
das principais reivindicações era a garantia da jornada de oito horas diárias,
pois na época alguns operários trabalhavam até 14 horas por dia.
No
presente momento os trabalhadores de todo globo vêm sofrendo duros ataques, e
de forma específica aos da educação do
município de Caém, que têm sofrido um golpe quando tiveram o acordo construído
democraticamente, coletivamente, amigavelmente entre poder público e a
categoria para pagar o precatório aos trabalhadores. Este foi desconstruído de
forma unilateral, egoísta e individual por parte do prefeito que se manifestou
no silêncio das trevas protocolando no Tribunal de Justiça da Bahia, manifesto desistindo
desse acordo sem dialogar com a categoria, negando o que foi prometido e
construído junto com os trabalhadores. Ser omisso com o que vem ocorrendo com o
Plano de Carreira, aprovado e sancionado na atual gestão do prefeito Gilberto
Matos, qual está sendo cumprido parcialmente, negando os direitos que nele estão
postos aos trabalhadores, mesmo diante de várias reuniões sem êxito. O
sindicato tem cobrado e lutado para que esses direitos amparados pelo Plano
sejam assegurados aos servidores. Fechar
os olhos para sua própria realidade e "comemorar" ou lembrar do 1º de
maio, é no mínimo negar sua própria história enquanto trabalhador.
Essa
data na verdade não se tem o que comemorar, tem sim a necessidade de afirmar e reafirmar
a luta e a união dos trabalhadores de todo mundo, e de forma
particular dos brasileiros que têm sofridos nos últimos tempos ataques e retiradas
de direitos. Basta lembrarmos das reformas realizadas no país que têm
achatado/retirado os direitos da classe trabalhadora, a exemplo das Reforma
Trabalhista e Previdenciária, entre tantas outras efetivadas e em cursos pelos
governos federal, estadual e municipal, que não tem qualquer pudor ao atacar os
trabalhadores retirando e negando direitos acordados, ou consolidados nas leis
em vigência dentro do âmbito da esfera pública.
Discutir
as questões dos trabalhadores no dia de hoje (1º de maio), se atentando apenas
para as questões globais, esquecendo sua própria condição e realidade de
trabalhador dentro do seu perímetro, das reais condições de sua própria
existência e dos seus direitos que vêm sendo negados e usurpados por quem
deveria cumpri-los, se constitui em uma inércia/hipocrisia. Surge aí a
necessidade de outro debate com relação ao 1º de maio, debate esse que retome
seu sentido histórico da magnitude de sua importância, não se trata de
reconhecer esse dia dando parabéns uns aos outros, mas de reafirmarmos e
afirmamos a luta e a importância da classe trabalhadora enquanto protagonista
da alavanca do desenvolvimento econômico, social, político e intelectual de uma nação. Os trabalhadores
não podem deixar que sejam compreendidos como classe dominante mas como a
classe da qual todas as outras dependem para garantir sua existência. Não se
muda o mundo se não mudarmos primeiramente a nós mesmos. Dito isso, precisamos
compreender nosso próprio contexto, se situar diante da realidade que atuamos
para mudá-la e quem sabe assim, mudando a minha percepção de local e de
existência não consiga inferir melhor na mudança global.
"Trabalhadores de todo o mundo,
uni-vos!" (Karl Marx, 1998, Ed. brasileira)
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